A Revista Pais do mês de Maio, já está nas bancas! Este mês com seis histórias reais (incluindo a minha) de mães cheias de coragem! Uma linda homenagem a todas as Mães. Eu já comprei a minha revista para oferecer à melhor mãe do mundo (A minha! lol 😁) e vocês? Não se esqueçam que este Domingo é o Dia da Mãe! 😉 Desejo a todas as mães um dia muito especial e feliz! Beijinhos grandes 😘😘😘
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Fonte: Revista Pais – Nº 2 – Maio 2018
Texto: Helena Gatinho
Fotos: Filipe Guerra e Marta Barreiro
HISTÓRIAS DE CORPO E ALMA
São seis, mas podiam ser centenas. Exemplos de força, coragem, perseverança e altruísmo.
De simplicidade, generosidade e amor. No Mês da Mãe, a nossa homenagem a todas as Mães.
São um sinal dos tempos. Histórias simples, mas tocantes. Algumas (aparentemente) banais, outras incomuns. A protagonizá-las, mulheres simples, descontraídas, aventureiras, determinadas, impulsivas, apaixonadas e voluntariosas. Mães que fizeram questão de correr riscos, derrubar fronteiras, lutar contra preconceitos, defender os seus ideias… e vencer.
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“Ser mãe é o trabalho mais desafiante do mundo”
ISABEL MONTE
Um exemplo de positivismo
Com uma filha de 13 meses e outra a caminho, veio de férias a Portugal e ficou. Um parto complicado causaria paralisia cerebral à bebé. Seguiu-se o divórcio. Mas depressa se levantou. “Tenho que lhes dar o exemplo.”.
Foi para o Dubai aos 13 anos, onde acabou por crescer, estudar e trabalhar. Sempre colocou a carreira profissional à frente de tudo (“sempre rodeada de bons empregos e boas condições) e era feliz assim, mas quando casou o desejo de ter filhos despertou. Em Julho de 2008 nasceu a Jane e, 18 meses depois, já em Portugal e sem o marido, a Emma.
“Com a curta distância de tempo entre os partos, e porque insistiram para que eu tivesse um parto natural, acabei por sofrer uma rutura uterina. Fizeram-me uma cesariana de emergência, mas a Emma sofreu uma asfixia perinatal e, por isso, ficou com paralisia cerebral”, conta. É uma criança com problemas a nível motor, não consegue falar nem andar e precisa da ajuda constante de um adulto. Mas percebe tudo o que lhe dizem, “é uma menina muito feliz, frequenta o 2º ano e é muito bem acompanhada” nas várias consultas e terapias de que necessita para o seu desenvolvimento.
Isabel Monte conta tudo isto com uma naturalidade impressionante e um sorriso sempre sereno. Aliás, as gargalhadas são uma constante no seu discurso.
Esteve três dias a chorar quando, seis meses depois do nascimento da menina, lhe confirmaram o prognóstico, mas a partir daí foi sempre “olhar em frente e lutar”. Divorciou-se e, sempre amparada pelo “suporte maravilhoso” dos pais, arregaçou as mangas.
“Não há impossíveis”
Como não podia procurar um trabalho a tempo inteiro (as necessidades da Emma exigiam-lhe uma agenda bastante flexível) acabou por se dedicar à fotografia de família, área que já tinha aprendido com o ex-marido, fotógrafo profissional de moda e arquitectura. Além disso, diz, desde que a primeira filha nascera, nunca mais largara a máquina fotográfica. “Passava a vida de volta dela e despertou-me o gosto pela fotografia de família e bebés, um tipo de fotografia cheio de emoções fortes em comparação com a fotografia de moda e arquitetura, uma área muito mais fria”.
E prossegue: “Criei um blog, através do qual procurei várias famílias, oferecendo sessões gratuitas para construir um portfólio bastante completo de fotografia de família, grávidas e recém-nascidos. E, pouco a pouco, fui investindo o meu tempo e o dinheiro que fui ganhando em material fotográfico como também numa coleção bastante variada de acessórios para todos os gostos e estilos”, conta, para recordar: “No início, fiz sessões de exterior e em casa dos clientes, depois arranjei uma sala em casa para as sessões de recém-nascidos e mais tarde, em 2012, abri o meu estúdio”.
Hoje, para além de ter o seu estúdio de fotografia, tem em curso outro projeto profissional “Be Online with Isabel” (criação de negócios online) e trabalha numa agência imobiliária como consultora. Felizmente, todos estes trabalhos lhe dão a “flexibilidade de agenda” de que precisa para acompanhar a filha mais nova no que for necessário.
A verdade é que, prossegue, “ser mãe é o trabalho mais desafiante do mundo”. Porque fez dela uma mulher mais forte, corajosa e ambiciosa. “Trabalho cem vezes mais para conseguir uma vida melhor e ser um exemplo para as minhas filhas. Hoje tenho os meus pés bem assentes na terra e sou muito mais focada e eficiente”, sublinha.
“No meu dicionário, não há impossíveis, é tudo apenas uma questão de atitude, uma grande força de vontade de ir mais além… e organização”, diz, de olhar doce e sorriso escancarado. Além de que, insiste, “tenho que dar o exemplo às minhas filhas, fazer delas pessoas positivas, mostrar-lhes que devem lutar por aquilo que quiserem”. E pouco importa que tenham sido criadas sem pai, que só veem através de fotografias. “Elas são umas meninas felizes… e isso é que importa!”.